segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Mato Grosso do Sul: O Paraguai é aqui !


Você escuta uma guarânia no rádio e o apresentador falando em guarani. Vai a padaria e compra meia dúzia de chipas. No final da tarde, compartilha com os amigos uma rodada de tereré bem gelado. Você pensa que está no Paraguai? Certo? Errado. Isto é Mato Grosso do Sul, o lado mais paraguaio do Brasil. Estima-se que 300 mil paraguaios e descendentes habitam o Estado, sendo pelo menos 80 mil famílias com base em Campo Grande. É disparado a maior colônia de imigrantes do MS. Onze municípios paraguaios fazem fronteira com o Estado e uma boa parte do território hoje sul-mato-grossense foi anexado (legalmente?) após a Guerra do Paraguai. A influência é tanta que em 2001 foi instituído em MS o Dia do Povo Paraguaio, comemorado todo 14 de maio, justamente o dia da independência do Paraguai da metrópole espanhola.

A cultura paraguaia está impregnada nos costumes sul-mato-grossenses. E cada vez mais aceita pela população. Até porque a colônia é numerosa e acaba conquistando a Capital e interior do Estado com costumes que tem tudo a ver com o clima da região, por exemplo. Em dias de calor escaldante, não há quem regule o refrescante tereré. Ao entardecer já virou coisa corriqueira as famílias e amigos irem para frente das casas tomarem a bebida e jogar conversa fora. Mesmo nas repartições públicas, escritórios e empresas particulares o tereré é apreciado do patrão ao motorista. O tereré já virou uma instituição em Mato Grosso do Sul, assim como o sobá vindo dos descendentes de Okinawa.
Um exemplo da força da cultura paraguaia no MS é a Associação Colônia Paraguaia. Fundada em 1973, é a maior do país com 740 famílias associadas. Possui sede própria na Vila Pioneiros e realiza diversas atividades artísticas e encontros sociais. Reúne aproximadamente mil pessoas no segundo domingo de cada mês em que organiza o churrasco típico paraguaio. Uma das datas mais esperadas é 8 de dezembro, quando a associação promove a Festa da Virgem de Caácupe, a Padroeira do Paraguai. São várias novenas que passam pelos bairros onde residem as famílias e descendentes de paraguaios, encerrando na sede da instituição. No local foi construído uma réplica da imagem que se encontra no Santuário de Caácupe, no Paraguai, onde milhares de pessoas vão pagar promessas.
O presidente da associação, Amado Leite Pereira, lembra que a Vila Popular, em Campo Grande, é um verdadeiro reduto paraguaio na Capital. Pelo menos 80% da população do bairro são de paraguaios e descendentes. Isto porque os primeiros paraguaios que vieram para a Capital eram tropeiros, que lidavam com gado de corte, e se instalaram na região porque o lugar que hoje fica a Vila Popular era onde tinha os frigoríficos. Apesar da presença numerosa da colônia no Estado, ele admite que faltam mais projetos em parceria entre Brasil-Paraguai. “Já existem alguns na área de saúde e educação. Muitos brasileiros estudam em Pedro Juan Cabalero e outro tanto de paraguaios aqui em Campo Grande. Temos também o SUS Fronteira para atender os paraguaios que vivem em cidades fronteiriças com o Brasil. Mas ainda é pouco”, afirma Amado.

Um dos objetivos do presidente é montar uma associação de músicos do Paraguai em Campo Grande. “Temos pelo menos 80 músicos vivendo na Capital atualmente e em situação crítica. A maioria não consegue sobreviver somente da música”, alerta Amado. A época de ouro da música paraguaia em Campo Grande aconteceu da década de 50 aos anos 80. Neste período era comum nos restaurantes, festas de aniversário e eventos sempre ter uma dupla de paraguaios tocando harpa e violão. Hoje são inúmeros os grupos paraguaios na Capital, como Los Celestiales, Los Latinos, Los Divinos e o cantor Benitez Ortiz, um dos mais conhecidos da cidade. O cachê em média cobrado é de R$ 600,00 por três horas de apresentação.

O violonista Cristobal Urbieta, natural de Assunção e componente do grupo Alma Latina, se impressiona quando testemunha em terras sul-mato-grossenses milhares de pessoas bailando ao som da polca paraguaia. “O povo adora dançar polca aqui em MS, coisa que no próprio Paraguai já é difícil de acontecer nos últimos anos. O sul-mato-grossense parece mais ligado ao costumes paraguaios do que os próprios paraguaios”, surpreende-se Cristobal. O harpista do Alma Latina, Fábio Kaida Barbosa, é uma prova disso. Natural de Campo Grande, e sem descendência paraguaia, aprendeu a tocar harpa, instrumento genuinamente paraguaio, e diz que leva o Paraguai no coração.
Fábio não se conforma que o destino dos grupos de música paraguaia seja tocar apenas em festas de aniversários, bailes e restaurantes. “Até hoje quem é conhecido no Brasil como músicos paraguaios é a Perla e o Luiz Bordon. E eles só conseguiram porque fizeram um trabalho mais profissional. O mais difícil é ter um produto de qualidade para mostrar ao público. Nós temos que fazer mais shows, parar de fazer só festinhas e restaurantes. A música paraguaia tem que ir para os teatros também. Por que não vamos tocar na França como fazem os argentinos com o tango? Temos que sair do amadorismo, nos profissionalizar, ir para São Paulo e Rio de Janeiro e não ficar só aqui”, desabafa o harpista.

Mas mesmo não tendo destaque na grande mídia, a música do Paraguai influenciou demasiadamente os compositores de MS. Por causa desta influencia a produção musical sul-mato-grossense é diferenciada. Artistas comoPaulo Simões, Geraldo Roca, Geraldo Espíndola e Almir Sater flertam com guaranêas, polcas e chamamés, misturam o guarani com o português e utilizam fatos da História como inspiração. Exemplos não faltam! Rio Paraguai e Polca Outra Vez, de Geraldo Roca, por exemplo. Ou Sonhos Guaranis, de Almir e Paulinho, música em que a dupla de compositores se refere a MS como ‘a fronteira em que o Brasil foi Paraguai’.

Influenciados por esta trupe, surge a polca-rock, levando ao extremo a fusão dos ritmos paraguaios com ska, reggae, funk, blues e rock’n roll. “Esta influencia veio de forma natural porque crescemos ouvindo a música paraguaia. Em minha casa tinha muitas serenatas com duplas paraguaias e o Paraguai já estava cantado nas músicas que meus irmãos compunham. Por isso a música moderna daqui ganhou este toque diferente de tudo que se faz no Brasil, o que se torna uma barreira para cair no gosto popular do país”, reflete Jerry Espíndola, um dos cabeças da polca-rock.

Além da música, a gastronomia sul-mato-grossense também reflete o Paraguai. Se o tereré virou uma instituição, a chipa é frequente na mesa do cidadão de MS e sucesso de vendas nas padarias. A sopa paraguaia também é admirada pela maioria da população. Aos poucos as receitas acabam sendo abrasileiradas pelos culinaristas. “A comida do Paraguai é muito rica e caiu no gosto daqui porque se parece com a culinária gaúcha e mineira, justamente os povos que juntos com o paraguaio desbravaram este Estado. O desafio não só para mim, mas para os cozinheiros daqui, é sofisticar esta comida e ultrapassar fronteiras. E apresentar novidades, como a sopa paraguaia com catupiry que estou fazendo”, afirma Mestre Daves, um dos culinaristas mais requisitados do MS.Outro costume que vem do Paraguai é o sapucai. A palavra quer dizer grito em guarani e são aqueles urros que se dá quando começa uma música agitada. No MS bastam os primeiros acordes de uma polca paraguaia para alguém puxar os gritos. Música esta que pode estar sendo ouvida em vários programas de rádio, como o Ñe Ê Ngatu A Hora do Chamamé, que tocam clássicos paraguaios, tipo Recuerdo de Ypacaray, Mercedita e Pajaro Campana. O sapucai equivale ao jodl vindo dos países dos Alpes e utilizado pelos camponeses para se comunicar de uma montanha a outra. Os paraguaios usavam o sapucai também como sinais na lida do gado. Em Assunção, diz-se que o sapucai vem de antes, quando os índios guaranis partiam para as batalhas, o que os soldados paraguaios também faziam nas sangrentas batalhas que tiveram com brasileiros, uruguaios e argentinos na Guerra do Paraguai.
Aliás, a Guerra do Paraguai, além de ter tornado o Paraguai um dos países mais pobres da América do Sul, provocou a diminuição do seu território. Mato Grosso do Sul é a maior prova disso. Municípios sul-mato-grossenses como Ponta Porã, Porto Murtinho, Miranda, Bela Vista, Jardim e Maracaju foram tomados dos paraguaios após a guerra, numa apropriação de terras estrangeiras que aconteceu em outros estados também como Rio Grande do Sul, Paraná, Rondônia e Acre. Até a cidade de Nioaque, que fica a uns 200 km de Campo Grande, tudo era Paraguai, esta é a verdade. Por isso, nem podia ser diferente: o sul-mato-grossense é o brasileiro mais paraguaio do país
                        Chipa e Pão de Queijo - lado a lado na vitrine das padarias de Mato Grosso do Sul

Outro costume que vem do Paraguai é o sapucai. A palavra quer dizer grito em guarani e são aqueles urros que se dá quando começa uma música agitada. No MS bastam os primeiros acordes de uma polca paraguaia para alguém puxar os gritos. Música esta que pode estar sendo ouvida em vários programas de rádio, como o Ñe Ê Ngatu A Hora do Chamamé, que tocam clássicos paraguaios, tipo Recuerdo de Ypacaray, Mercedita e Pajaro Campana. O sapucai equivale ao jodl vindo dos países dos Alpes e utilizado pelos camponeses para se comunicar de uma montanha a outra. Os paraguaios usavam o sapucai também como sinais na lida do gado. Em Assunção, diz-se que o sapucai vem de antes, quando os índios guaranis partiam para as batalhas, o que os soldados paraguaios também faziam nas sangrentas batalhas que tiveram com brasileiros, uruguaios e argentinos na Guerra do Paraguai.

Aliás, a Guerra do Paraguai, além de ter tornado o Paraguai um dos países mais pobres da América do Sul, provocou a diminuição do seu território. Mato Grosso do Sul é a maior prova disso. Municípios sul-mato-grossenses como Ponta Porã, Porto Murtinho, Miranda, Bela Vista, Jardim e Maracaju foram tomados dos paraguaios após a guerra, numa apropriação de terras estrangeiras que aconteceu em outros estados também como Rio Grande do Sul, Paraná, Rondônia e Acre. Até a cidade de Nioaque, que fica a uns 200 km de Campo Grande, tudo era Paraguai, esta é a verdade. Por isso, nem podia ser diferente: o sul-mato-grossense é o brasileiro mais paraguaio do país

Texto: Rodrigo Teixeira
Site: Overmundo

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

4ª Expoaral acontece no final de agosto

I LOVE MS: 4ª Expoaral acontece no final de agosto: O município sul-mato-grossense de Aral Moreira realizará no dia 30 de agosto até 02 de setembro a 4ª Expoaral - Exposição Agropecuária de...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

GIRO DO CLUBE DO TERERÉ

ESSA SEMANA O CLUBE ESTAVA NA CIDADE DE PONTA PORÃ OH CIDADE LINDA A PRINCESINHA DO ERVAIS O MELHOR A CAPITAL DO TERERÉ EM PEDRO JUAN QUE É CIDADE PARAGUAIA QUE FAZ DIVISA COM PONTA PORÃ CARA PARA QUEM GOSTA DE TERERÉ DE VERDADE ASSIM COMO EU CADA SABOR DE ERVA QUASE FIQUEI LOKO QUERIA COMPRA TODAS, AS GARRAFAS TÉRMICAS REVESTIDA EM CORO LINDA DE MAIS. NOSSA TOMEI UM TERERÉ COM UM PARAGUAIO NOSSA NUNCA TINHA TOMANDO UM TERÍS TÃO COM COMO AQUELE TINHA UMAS ERVAS MEDICINAIS TALVES BORDO SEI LÁ,SEI QUE ERA BOM DE MAIS. RECOMENDO FAZER UMA VISITA EM PONTA PORÃ E CLARO EM PEDRO JUAN JONATANS MOLINAS VOGADO

sábado, 9 de junho de 2012

Administrador

AI GALERA SOU JONATANS MORO EM CAMPO GRANDE MAIS NASCI EM ARAL MOREIRA NO MATO GROSSO SUL .ESSE BLOG FOI CRIADA PARA UNIR PESSOAS QUE GOSTAM E TOMAM TERERÉ AKI NÃO IMPORTA COR.RAÇA, SE É RICO OU POBRE.QUERO QUE VOCÊS ME AJUDEM  A DIVULGAR O TERERÉ NOSSA CULTURA .E CLARO CURTI NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK (WWW.fACEBOOK.COM/CLUBEDOTERERE)

Curta nossa página - facebook.com/ClubeDoTerere


Sábado com amigos tem coisa melhor


Tereré

Tereré, é uma bebida feita com a infusão da erva-mate (Ilex paraguariensis), de origemguarani. É consumida com água ou limão (principalmente) e também sucos, hortelã (Mentha arvensis), cedrón (Lippia citriodora), peperina hortelã, cocú (Allophyllus edulis), entre outros.

Origem

A origem do tereré data da invasão europeia por castelhanos e portugueses, quando era usado pelas tribos guarani, nhandeva, kaiowá e outra etnias chaquenhas, muito antes da Guerra do Paraguai e da Guerra do Chaco (entre Paraguai e Bolívia, 1932-1935), quando as tropas começaram a beber mate frio para não acender fogos que denunciariam sua posição, isso possivelmente na região de Ponta Porã, que na época pertencia ao Paraguai.
Outra versão paraguaia da origem do tereré diz respeito a mensú (escravos ervateiros do nordeste do Paraguai e da Argentina, até meados do século XX). Eles foram surpreendidos pela capangas fazendo fogo para tomar mate e seriam brutalmente torturados, por isso escolheram se alistar em fileiras do exército paraguaio, introduzindo este costume.
Outra versão da origem é que os indígenas ao levarem o gado de um lugar para outro em comitivas, usavam a erva para coar a água dos rios, evitando, assim a doença barriga d'água.
No entanto, crê-se que o tereré desde a invasão da América já era ingerido pelos índios Guarani e que por volta do século XVII os jesuítas aprenderam com eles as virtudes do mate (ka'a em guarani). Os mesmos jesuítas elogiavam os efeitos da erva, que dava força e vigor e matava a sede mais do que a água pura. A infusão é riquíssima em cafeína, daí o poder revigorante. Segundo alguns, os índios Guarani, além de tomar mate (ou tereré) usando como bombilho (canudo para chupar a infusão) ossos de pássaros e finas taquaras (pois ainda não existiam as bombas de metal), também fumavam a folha bruta da erva-mate e usavam-na como rapé.

Guampa e bomba

Recipiente típico da bebida.
Tradicionalmente, o recipiente usado para servir o tereré é a guampa, fabricado com parte de um chifre de bovino, com uma das extremidades lacrada com madeira ou couro de boi, e todo o seu exterior revestido por verniz. Usa-se também um copo de alumínio ou vidro, ou canecas de louça.
bomba é utilizada para filtrar a infusão do tereré, para que não se absorva o pó da erva triturada. Estas são feitas normalmente de alumínio, e nunca devem ser feitas de ferro por causa da oxidação, que altera o sabor da infusão. Também é possível encontrar feitas deouroprataalpaca e aço inox.
Tanto a bomba quanto a guampa podem ter adereços com figuras dos símbolos da família, iniciais de nome ou pedras preciosas.

A erva

Diferentemente do mate quente (onde leva-se o porongo), no tereré a erva pode ser colocado em um vidro (quem tem mais capacidade do que um recipiente para mate). No Paraguai chamá-se guampa e o vidro é colocado em que o mate, geralmente feito de chifre de boi e por vezes adornadas com prata ou de outro metal. Faz também "mates" (recipientes para tomar mate) palosanto (Bulnesia sarmientoii). No Paraguai são fabricadas guampas inteiramente feito de prata, ouro com alguns embutidos artesanais, mas agora muitas pessoas optam por comprar guampas madeira totalmente revestidas de alumínio, ou no couro ou simile de estilos modernos e cores personalizadas com Logos, imagens e textos. Há também guampas plástico.
A palavra guampa, apesar de terem sido utilizados em grafia hispanica, uma área em que a influência predominante avañe'emé (em Guarani), é de origem Quechua e significa precisamente "chifre". O chifre bovino é frequentemente utilizado como recipiente em todo o Cone Sul. Por exemplo chifle (uma espécie de cantina ou caramañola) é feita de guampa de boi. Para o slurp tereré usando um metal bulbo, por vezes de prata, que é inserido dentro do recipiente cheio de erva. Na Argentina bebe-se o "mate", que consiste na tradicional mate com água quente, e em algumas regiões após cada cevada é frequentemente mate para adicionar uma colher de açúcar, embora este último é considerado sacrilégio por alguns puristas. Também em certas regiões da Argentina (principalmente Nordeste) está embriagado "Mate leite", que é engorda com leite quente, em vez de água, este último como uma alternativa para as crianças. No Uruguai, apenas água quente, livre de açúcar. No Paraguai, mate é feito principalmente com yuyos, é amargo e doce, e também bebe-se mate com leite e coco, como um complemento da erva. Existe também um outro tipo de mate, com mate quente e doce. Na Bolívia é consumido na região do Chaco. "Os 46% está na Argentina, 34% no Paraguai e os restantes 20% na Bolívia.

Preparo

Devido ao fato das folhas serem cortadas grossas, ao contrário do chimarrão, o tereré não tem tantos problemas com o entupimento. Quando isso ocorre, geralmente é devido a uma grande quantidade de mate em pó, indicando má-qualidade da erva usada.
Quanto ao líquido a ser usado para a infusão o mais popular no Paraguai e também no Brasil é água gelada e, opcionalmente, gotas de limão, ou até mesmo suco de frutas. No Paraguai costuma-se adicionar ervas e plantas medicinais à água. Outras combinações também são possíveis, porém não indicadas pelos consumidores mais tradicionais.
Modo de Preparo:
Coloca-se a erva-mate na guampa, aproximadamente 2/3;
Bate-se a erva-mate, virando a guampa em sentido diagonal, vedando a boca da guampa com a mão, de maneira a fazer com que a erva-mate ocupe toda a lateral da guampa e não caia;
Coloca-se a bomba na guampa;
Coloca-se a guampa de pé e acresce o líquido.